quarta-feira, 25 de maio de 2011

Literatura de cordel (y'

Uma mídia em evolução
           
            A literatura de cordel continua um expressivo meio de comunicação neste século XXI, apesar da morte, tantas vezes anunciada, ao longo dos tempos. Felizmente, enquanto expressão cultural, permanece, adaptada, reinventada, no desempenho de suas funções sociais. Informar, formar, divertir, socializar ou poetizar, conforme os diferentes temas que retrata e o enfoque abordado.
            Da oralidade, lá em suas origens remotas, à era tecnológica, hoje, é real a transformação e adaptação, compatível à própria evolução da humanidade. Os folhetos impressos em tipografias artesanais, tipo a tipo organizado manualmente, impressos em papel jornal de qualidade duvidosa. Fotos de artistas da época ou de xilogravuras temáticas embelezavam suas capas. Das maletas, que serviam de bancas de venda, os folhetos eram pendurados em cordões (cordéis) e vendidos nas feiras das pequenas cidades. Percorriam espaços geográficos diferentes. Venciam o tempo. Cantados na feira ou nos sítios tinham o texto parado para aguçar a curiosidade dos ouvintes e compradores – estratégia de marketing... Já comprados eram guardados, como preciosidade, por uma população quase sempre analfabeta. Resumidamente, essa foi a trajetória da literatura de cordel em fins do século XIX até meados do século XX, período onde grandes nomes fizeram escola.
            A partir da década de 70, o folheto foi sendo rebatizado: literatura de cordel. Estudiosos do folclore e acadêmicos passaram a se interessar em pesquisar o folheto – seus temas, seus autores, suas influências na comunicação de massas, etc. Novos nomes vão aparecendo e sendo difundidos. Novas temáticas são abordadas – afinal, como meio de comunicação, os folhetos precisam estar antenados aos fatos da atualidade. Impressão de qualidade. Divulgação na internet, em sites específicos. Novas formas de apresentação: eventos culturais, feiras de artesanato, concursos de violeiros, entre outros.
            O bom de tudo é que, o folheto ou a literatura de cordel, enriquece a já reconhecida e não tanto preconceituosa pluralidade cultural do nosso Brasil. 

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